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Tilápia do Nilo

     A Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é uma espécie tropical com preferência por águas rasas, com temperatura ótima de 31 a 36 ° C e letais entre 11 a 12 ° C (mín.) e 42 ° C (máx.). São peixes onívoros que se alimentam de fitoplâncton, perifíton, plantas aquáticas, pequenos invertebrados, entre outros. A maturidade sexual em lagoas é atingido com 5-6 meses de idade e a desova inicia-se quando a temperatura da água atinge 24 ° C.

 

     A espécie foi introduzida no Brasil em 1971 e, em 1978 foi enviada para China, país que lidera a produção mundial de Tilápia. Ainda na década de 1970, a introdução da tecnologia da reversão sexual representou um grande progresso, permitindo a criação de populações monosexo do sexo masculino. Estes, crescem aproximadamente duas vezes mais rápido que as fêmeas e, em meados de 1980, os avanços nos estudos sobre nutrição e cultivo, juntamente com o desenvolvimento e a transformação do mercado, levarão a rápida expansão deste produto na indústria.

 

     De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação – FAO, várias espécies de Tilápia são cultivadas comercialmente, mas a Tilápia do Nilo é a predominante em todo o mundo. A Tilápia é cultivada em 22 estados brasileiros, com produção anual de 30 a 40 mil toneladas (ARRUDA, 2004). O Paraná é um dos três principais estados produtores de peixes e o cultivo está concentrado na região Oeste em que 74% da produção é representada por Tilápia (Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná – SEAB, 2016). Em relação a comercialização, o Departamento de Economia Rural (DERAL) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, demostra que entre 2011 e 2015, o preço por quilo da Tilápia subiu, em média, 42,1%, com o quilo vendido no varejo a R$ 30,00 superando o valor de muitos cortes de carne, o que estimula a produção.

 

     Em estudo sobre as perspectivas da produção de Tilápia do Nilo no Brasil, Vicente et al., (2014), concluíram que a produção de Tilápia cresce a cada ano no país e que, a partir de incentivos do Governo Federal na aquicultura por meio de iniciativas para o melhoramento genético, o Brasil possui grande potencial para ser o maior produtor de desta espécie. Há estimativas para 2016 de crescimento da produção de peixes em 22%, alcançando 110 mil toneladas (DERAL, 2016).

 

 

CARACTERÍSTICAS E CULTIVO

 

     Segundo Albinati (1983), a Tilápia do Nilo têm bom crescimento e boa conversão alimentar, e devido a isto, é recomendada para criação intensiva. Possui de 30 a 38% de rendimento de carne com baixo teor de gordura, 2% aproximadamente (SOUZA e VIEGAS, 1997), podendo atingir cinco quilos de peso vivo.

 

     É considerada uma espécie de excelente cultivo por apresentar carne branca de textura firme, sabor suave e fácil filetagem, não possui espinhas em ‘y’ nem odor desagradável. Ainda, é de fácil reprodução e obtenção de alevinos; aceitação de diversos alimentos; possui boa capacidade de aproveitar alimentos naturais em viveiros; tem excelente crescimento em cultivo intensivo; apresenta grande rusticidade e da resistência a doenças (Kubitza, 2000). As Tilápia possuem características desejáveis pela boa aceitação e elevado valor comercial, excelente conversão alimentar e, consequentemente, custos de produção relativamente baixos (Zimmermann e Hasper, 2003).

 

     A intensificação da produção é a melhor maneira para aumentar a eficiência produtiva. Ribeiro et. al., 1998 cita que em sistema superintensivo, em que ocorre alta renovação de água nos tanques, a ração além de nutricionalmente completa deve ter estabilidade na água pois, é a principal fonte de alimento. As rações devem, portanto, atender às exigências em energia e nutrientes afim de garantir adequado desempenho produtivo, higidez e retorno econômico para cultura (SILVA E GALÍCIO, 2012). Quando o ambiente é inadequado para o cultivo, devido a erros de manejo e de nutrição, algumas implicações ocorrem. A primeira delas, segundo Quintana e Moraes (2001), são as alterações indesejáveis de qualidade da água é a ocorrência do estresse nos peixe, fazendo com que haja aumento nas concentrações de cortisol plasmático, hormônio que induz a imunossupressão. Assim, com o aumento da quantidade de cortisol plasmático, ocorre a redução da resistência dos peixes a infecções bacterianas e fungais. Além disso, de acordo com Furuya (2007), em situações onde parte da ração não é digerida ou que não é consumida, pode levar à exagerada eutrofização do meio ambiente. Logo, a otimização do crescimento dos peixes só pode ser alcançada através do manejo concomitante da qualidade de água, nutrição e alimentação (CYRINO et al., 2005).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

ALBINATI, R.C.B.; Veloso, J.A. de F.; Albuquerque Filho, G.C. de; Albinati, F.L.; Melado, R.W. de C. Teores de cálcio e fósforo nos ossos do esqueleto axial de tilapia do nilo e carpa comum, em tanques adubados com esterco de aves e superfosfato triplo. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. ISSN 0365-8384. 1983. v. 35, p. 709–714.

 

ARRUDA, Lia Ferraz de. Aproveitamento do resíduo do beneficiamento da Tilaria do Nilo (Oreochromis niloticus) para obtenção de silagem e óleo como subprodutos. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ). Dissertação de Mestrado. 2004.

 

CYRINO, J. E. P. et al. A nutrição de peixes e o ambiente. I Simpósio de nutrição e saúde de peixes, 2005, Botucatu. Anais. Botucatu: AQUANUTRI, 2005.

 

 

FAO - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Disponível em: http://www.fao.org/fishery/culturedspecies/Oreochromis_niloticus/en. Acesso em: 05/04/2016.

 

 

FURUYA, W. M. Redução do impacto ambiental por meio da ração. III Seminário de aquicultura, maricultura e pesca, 2007, Belo Horizonte. Anais. Belo Horizonte: FAZU, 2007. p. 121-139.

http://www.agricultura.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=5856

 

KUBITZA F. Tecnologia e planejamento na produção comercial. 1.ed. São Paulo: Jundiaí, 2000. 285p.

 

RiIBEIRO P.A.P., GOMIERO J.S.G., LOGATO P. V.R. Manejo Alimentar de Peixes.1998. Disponível em: http://www.nucleoestudo.ufla.br/naqua/arquivos/Manejo%20alimentar%20de%20peixes98.pdf. Acesso em: 13/04/2016.

 

SEAB - Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. Disponível em: http://www.agricultura.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=5856. Acesso em: 05/04/2016.

 

SILVA, L. E. S., & GALÍCIO, G. S. Alimentação de peixes em piscicultura intensiva.2012. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2012b/ciencias%20agrarias/Alimentacao.pdf. Acesso em: 15/03/2016.

 

SOUZA, M.L.R.; VIEGAS, E.M.M. Efeitos do método de filetagem e categorias de peso sobre rendimento de carcaça, filé e pele da Tilápia do Nilo. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Juiz de Fora: SBZ, 1997, p. 235-237.

 

VICENTE, I S. T.; ELIAS, F.; FONSECA-ALVES, C. E. Perspectivas da produção de Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) no Brasil. Rev. de Ciências Agrárias, Lisboa, v. 37, n. 4, p. 392-398. 2014. Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-018X2014000400003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 7 abril de 2016.

 

ZIMMERMANN, S. e HASPER T.O.B. Piscicultura no Brasil: o processo de intensificação da tilapicultura. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 40. 2003. Anais SBZ 2003.

 

 

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